Pequena Biografia
O P. João Paulo Jäger nasceu no dia 31 de maio de 1992 em Guaramirim, uma pequena cidade no norte de Santa Catarina. Ingressou no Centro Vocacional dos Legionários de Cristo em 2007 em Curitiba, no Paraná, onde esteve por três anos. Em 2010 fez seu candidatado no Centro Vocacional de Porto Alegre, no sul do Brasil e neste mesmo ano iniciou seu noviciado em Arujá, São Paulo. Emitiu sua primeira profissão de votos no dia 11 de março de 2012. De 2012 a 2014 cursou as Humanidades Clássicas em Monterrey, no México. Estudou filosofia em Roma, no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum de 2014 a 2017 e durante as suas práticas apostólicas acompanhou o P. Martin Baranowski na Baviera como membro da equipe auxiliar do ECyD. Regressando a Roma em 2019, cursou teologia no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum até 2022. Emitiu a sua profissão ad vitam no dia 03 de janeiro de 2021. No dia 09 de julho de 2022 foi ordenado diácono com outros 3 irmãos Legionários brasileiros na Catedral Nossa Senhora da Assunção, na cidade de São Paulo. Atualmente desenvolve seu ministério sacerdotal como formador do Centro Vocacional de Curitiba, no Brasil.
“Mateus, levantando-se, o seguiu”.
Indo adiante, viu Jesus um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me”. Este, levantando-se, o seguiu. (Mt. 9, 9).
Quando Jesus chama, chama a quem Ele quer. Essa é a história do chamado de cada um. Ele me chamou porque quis. E chamou a tantos outros para trabalharem na sua vinha porque quis. Mateus era, segundo o povo, um pecador, pois era cobrador de impostos; por todos era mal-visto, um homem que explorava os outros. Mas o olhar de Jesus mudou totalmente a vida de Mateus. Neste relato da sua vocação, Mateus não utiliza, para expressar o que foi este olhar mais que um versículo. Um versículo somente para contar o que este encontro com Jesus provocou nele. Jesus o olhou, o chamou e ele deixou tudo para seguir a Jesus.
O que foi Mateus que te levou fazer isso? Não estavas contente com teu trabalho, com o teu dinheiro? Mateus sentiu forte no seu coração que o que vale realmente a pena é escolher a melhor parte, aquela que não lhe será tirada… O Evangelho segue: “e levantando-se, o seguiu”. E que alegria sentiu, fez a experiência do Mestre e já não quis mais afastar-se D’Ele. Junto com Jesus, Mateus saciava a sede profunda que sentia no seu mais íntimo, na sua alma, no seu coração.
O encontro com Cristo sempre transforma. Um dia eu também fui olhado desta mesma maneira por Jesus e esse olhar também transformou a minha vida, me fez deixar tudo para seguir ao Mestre e Senhor que me chamava. Jesus olha assim também a cada um de nós, como naquele dia olhou a Mateus e não somente nos olha com amor e misericórdia, como está escrito no lema do Papa Francisco, mas nos chama para começar ao seu lado uma aventura de amor, e isso é a vocação.
Tudo aquilo que Mateus deixou era nada em comparação com o que ele recebeu depois, já estando junto a Jesus. Mateus escutou as suas pregações, viu os seus milagres, comeu o seu pão também, o pão da Eucaristia que nos dá a vida Eterna. Cristo não nos tira nada, Ele nos dá tudo, e como disse aos seus discípulos, dá o cento por um, muito mais do que temos ou poderíamos ter.
Fala Senhor, que o teu servo escuta
Toda a nossa vida é uma página em branco que Deus e nós vamos escrevendo. Vamos escrevendo junto com Deus a nossa história. Uma história nem sempre de felicidade, mas de lutas, de dores, de provações e sacrifícios. Mas cada história é única e preciosa aos olhos de Deus. Cada pessoa tem a sua história. Mas cada história é diferente e se a nossa história é escrita junto a Deus, então melhor ainda para ser contada.
Sou o menor de 4 filhos, tenho 2 irmãos e uma irmã. A minha família sempre foi católica, algumas vezes bastante praticante, outras nem tanto. Mas o exemplo de certas pessoas vai marcando a nossa história e o rumo que ela vai tomando. No meu caso a minha avó materna e o meu pai são as pessoas que para mim eram modelos de fé.
Minha avó rezava muito e falava muito de Deus. Meu pai estava sempre com o terço na mão e rezava frequentemente. Ademais, ainda doente não media nenhum esforço para ir à Igreja. Aquele exemplo dele realmente me arrastava pois eu nem via com saúde e sem vontades de ir para a Igreja.
Deus sempre nos chama em algum momento da vida. Vemos que São João escreve no seu Evangelho que era a hora sexta quando Jesus disse a ele e a André: “vinde e vede”. A Samuel, Deus o chamou já desde pequenino, quando Samuel, apenas uma criança servia ao Senhor no Templo. A Jeremias também, Deus o chamou pequenino, tanto que o Profeta se lamenta: “mas Senhor, eu sou apenas uma criança e não sei falar”. No meu caso não sei dizer quando tenho sido chamado por Deus, pois desde pequeno, assim como Samuel e Jeremias, já sentia o desejo de ser seguir a Jesus no meu Coração, de fazer algo grande, algo que mudasse o mundo.
Onde mais senti esse chamado de Deus, foi quando fiz uma experiência no Centro Vocacional Maria, Mãe Imaculada dos Legionários de Cristo em Curitiba, mais ou menos 3 horas de distância da minha cidade, no Norte de Santa Catarina. Deus tem sempre seus planos para cada um. Eu acreditava estar indo para Curitiba fazer um estágio no seminário diocesano, mas acabei no Centro Vocacional.
Na festa de Nossa Senhora Aparecida no ano de 2006, fui à Igreja. Nossa casa estava bem perto da Capela do bairro. Após a celebração da Palavra, por ser o dia de Nossa Senhora Aparecida também o dia das crianças no Brasil, se teria no salão da Igreja um lanche para as crianças. Eu já não me sentia mais criança, por isso quando acabou a liturgia, já estava voltando para casa. Meu tio Antônio chamou-me e pediu se eu não ficaria na festa das crianças. Eu respondi que não (minha mãe estava doente). Então ele me deu 10 reais e pediu que ficasse na festa.
Resolvi por este motivo ficar e depois de alguns minutos, minha antiga catequista (da primeira comunhão, pois neste momento já estava na catequese para a confirmação) aproximou-se de mim e perguntou se eu tinha interesse em fazer uma convivência num seminário diocesano. Eu disse que sim gostaria, que seria uma experiência diferente. Então ela falou-me que no outro dia viria na minha casa a coordenadora das catequistas para que meus pais assinassem a autorização.
Já não aguentei mais de alegria (pois iria conhecer por fim o seminário) e voltei para casa. Cheguei lá e fui falar com minha mãe: vou ir para o seminário. Minha mãe pensou que era brincadeira minha, ou que não era nada sério e me disse: claro, pode ir. No outro dia fui à escola de manhã e à tarde fiquei esperando a coordenadora, mas ela não veio. Fiquei muito triste, pois estava bem ilusionado em conhecer o seminário. Com a rotina, pouco a pouco fui esquecendo desse desejo de conhecer o seminário.
Certo dia, quando voltava da escola, vi meu pai sentado, pensativo e minha mãe, preparando o almoço, com cara de choro. Pensei logo que tinha acontecido alguma coisa e meu pai rapidamente me disse que a coordenadora tinha vindo pela manhã e que no outro dia eu iria para o seminário em Curitiba. Fiquei muito feliz naquele momento, comecei a pular de alegria e minha mãe a chorar mais ainda.
Graças a Deus, deu tudo certo para a viagem. Fui até a Igreja matriz da cidade onde estariam nos esperando o Padre Sávio Zanetta e o Irmão Mateus Nuar para levar-nos à Curitiba. Era a primeira vez que ficaria 3 dias tão longe de casa. Estava muito feliz, iria conhecer o seminário, depois de tanto esperar. Estava convencido de que Deus me estava chamando, e desde o primeiro momento queria corresponder ao seu chamado.
Na viagem, tivemos o famoso bingo da serra que o Padre Savio sempre organizava. Muito me entusiasmou a alegria do Padre Savio e do Irmão Mateus. Outra experiência que me marcou muito deste primeiro momento, foi ver os Padres vestidos com roupa de Padre, até então só tinha visto nos filmes e na televisão. Ao chegar em Curitiba, o Padre Savio nos disse que faríamos uma visita à Dona da Casa e pensei que visitaríamos a alguma freira que era a madre que cuidava do Seminário, mas o padre nos levou numa gruta de Nossa Senhora, e lá nos dirigiu uma oração à Virgem Maria. Compreendi naquele momento que Maria é a mãe de todos aqueles que deixam suas casas para seguir os passos do Senhor. Minha mãe também sempre nos dizia que quando ela não estivesse presente, Maria era nossa Mãe do Céu, que nunca nos abandona.
Rapidamente, escutando os Padres falarem enrolados, pois eram estrangeiros, compreendi que não se tratava de um seminário diocesano, e sim de uma congregação religiosa. Vi os apostólicos (seminaristas menores) saindo da capela e fiquei muito feliz, pois não conhecia seminários menores e me veio uma grande esperança. Será que eu posso ser também um deles? Foi o meu primeiro pensamento. E dentro de mim, já estava decidido: é aqui o meu lugar.
Naqueles dias de convivência, tudo me chamou muito a atenção, a caridade, a atenção: o fervor dos irmãos durante os momentos de oração na Capela do Centro Vocacional, a disciplina, a ordem, a limpeza. E sobretudo a atenção que eles tinham por cada um dos meninos que estávamos visitando o seminário naqueles dias: o serviço atencioso, o gesto de carregar as nossas malas… enfim, a caridade que reinava naquele lugar.
No último dia da convivência, o Padre Sávio me chamou para ver se tinha gostado e disse a ele que se eu pudesse, já ficava ali. Assim fui convidado para fazer o cursinho de verão no mês de janeiro. Durante este período, tive muitas tentações e dificuldades. Os medos começaram a surgir, as perguntas, os convites para entrar no seminário diocesano e assim estar mais perto da família, mas tinha a certeza de que onde Deus me levou, e de uma maneira tão providencial, era lá que ele queria que eu estivesse. Minha mãe me ajudou muito neste tempo, dizendo-me que deveria ser generoso com Deus. Também meus irmãos e meu pai sempre me apoiaram na minha decisão de seguir a Jesus.
Com a ajuda de Deus e à generosidade de muitas pessoas, consegui todo o material que era necessário para o cursinho de verão, esta era a maior preocupação sobretudo da minha família: como conseguir tudo, mas Deus sempre dá um jeito. E no meu caso, não foi diferente. Os dias passaram e já estava nas vésperas da partida. Eu estava bem decidido: ia para não mais voltar. Ia para iniciar uma nova aventura com Jesus, longe de casa. Comecei o cursinho de verão no dia 04 de janeiro de 2007. Foi uma experiência incrível. Nesse mês conheci melhor a Jesus, aprendi tantas coisas novas e cada dia que passava estava mais convencido que o Centro Vocacional era o meu lugar. Eu me esforçava a cada dia para ser mais amigo de Jesus e para fazer crescer a comunidade. No dia 02 de fevereiro, recebi o uniforme de apostólico. Foi uma alegria, depois de um cursinho de verão intenso.
Na apostólica, aprendi muito mais a amar de verdade a Jesus e tinha o grande desejo de segui-Lo. Esses anos que passei na Apostólica foram os melhores da minha vida, tenho muitas lembranças desta época: as consagrações à Maria no mês de maio, a ajuda dos meus formadores, a comunidade…
O pré-candidatado também foi marcado pela ajuda dos meus formadores, o apoio da comunidade, o desejo de ser santo e a preparação para ser noviço. Foi ali, no Centro Vocacional onde coloquei as bases para a minha vocação. Deus planta a semente da vocação no coração de cada um, e nós temos o dever de fazer com que esta sementinha cresça e acredito foram nesses anos que a minha sementinha mais cresceu.
Fala, Senhor, que o teu servo escuta. Foi o que Samuel respondeu ao Senhor quando, na noite, sentiu a voz de Deus que o chamava no Templo. Depois dos anos bonitos no Centro Vocacional, chegou a vez de dar um novo passo, de remar mar adentro. E o que eu disse ao Senhor foi: “presente”, aqui estou, como o pequeno Samuel. Sair da Apostólica e passar ao noviciado foi um passo tranquilo para mim. Em São Paulo, o contato com Jesus por meio da adoração diária, os novos ofícios e responsabilidades, tudo me chamava muito a atenção. Foram anos duros também para nós como instituição, anos de muitas descobertas com todo o tema relacionado com o nosso fundador. Mas se estamos com os olhos fixos em Jesus, então podemos caminhar sempre adiante. Foram 2 anos cheios de sentido, cheios de Deus esses anos em São Paulo, no noviciado.
Professei meus votos religiosos no dia 11 de março de 2012. Neste ano, recebi como padroeira Nossa Senhora de Guadalupe. Eu sempre levei bem à sério o tema do padroeiro. Já na apostólica tinha aprendido que era o santo quem nos escolhia, e não somente acaso. Eu não entendia por que Nossa Senhora de Guadalupe tinha me escolhido. Segundo eu, já tínhamos muito boa relação, mas uns meses depois, quando fui destinado para as humanidades em Monterrey, no México entendi tudo.
De 2012 à 2014 estive cursando as humanidades clássicas em Monterrey. Lembro com grande carinho esses dois anos em Monterrey, as novas experiências, meus formadores e professores, os irmãos… Tudo era novo, nesse caso até mesmo a língua, a cultura. Mas uma coisa seguia igual: o desejo de fazer a vontade de Deus. E as humanidades foi um período que me lembro com muito carinho, pois foi para mim o ano das grandes decisões. Eu tinha desejo nessa época de ser monge, de dedicar toda a minha vida a Deus na oração e no silêncio. Com a ajuda do meu diretor espiritual, e em contato com um monge da Cartuxa de Ivorá, no Rio Grande do Sul, fui pouco a pouco percebendo que Deus não me queria fora do carisma ao qual já tinha abraçado, mas que aportasse à comunidade os talentos que Ele me tinha dado.
Depois destes dois anos de intensa decisão para mim, no México, tinha chegado o momento de dar o passo à Roma. Começando filosofia, também tudo era novo, a comunidade, que nessa época eram muitos irmãos de diferentes partes do mundo. De Roma, levo também muito no coração. Os anos de estudo de filosofia foram marcados por experiências que marcaram também a minha vida, o conviver com religiosos de tantas partes do mundo, o ver a realidade da Igreja como uma Mãe universal, os peregrinos em Roma e, sobretudo, o viver a mística Legionária: as concelebrações com tantos Padres, os cantos das Missas etc. A filosofia foi também para mim anos de preparação para as práticas apostólicas.
De 2017 a 2019. As práticas também são para nós um período de formação, e as minhas foram bastante marcantes. Como missão, recebi o encargo de acompanhar o Padre Martin Baranowski. Nós visitávamos sempre muitas famílias, ademais de organizar muitas atividades do ECyD. O que mais levo das minhas práticas é o zelo que muitos dos sacerdotes com os quais trabalhei tinham pelas almas, esse desejo de fazer apostolado, de levar todas as pessoas a um verdadeiro conhecimento e amor a Jesus. O exemplo dos Padres que trabalhavam na Alemanha e na Áustria muito me edificou e me fez refletir no que significa uma entrega total pela Missão, como tantas vezes antes já tinha escutado. Poderia escrever muito mais desta etapa tão bonita da minha formação, e colocar exemplos concretos dos Padres também. Mas para que não fique uma história sem fim, deixo somente esta pincelada, o mais significativo do que foram para mim as práticas apostólicas.
Depois das práticas, em 2019 voltei a Roma para continuar meus estudos. Foi uma etapa, como o nome já diz que pouco a pouco foi me configurando com Jesus. Que alegria poder adorar a Jesus presente no Santíssimo Sacramento todas as tardes. O estudo tão bonito da teologia também foi o que ocupou o meu tempo nestes anos em Roma. Anos de fechar também portas para outras possibilidades e para dizer a Jesus: Senhor, tu és o único centro da minha vida. Eu quero te seguir, seguir teus passos, seguir o teu caminho, seguir o teu chamado.
Teologia também são os anos de ir dando os passos. No dia 17 de maio de 2020, recebi o ministério do leitorado. Um passo a mais no caminho ao sacerdócio. No dia 23 de maio de 2021 recebi outro ministério: o acolitado. Mais um passo na escada para o sacerdócio. No dia 03 de janeiro de 2021 professei na Capela do Colégio Internacional meus votos perpétuos, ad vitam, para sempre minha vida ao Senhor. Mas ao mesmo tempo que foram anos de decisões, foram anos de lutas e esforços e de dores também. Todo irmão na formação fica imaginando como vai ser a sua primeira Missa, e pede graças a Deus para este momento. No dia 24 de outubro de 2020, Deus chamou para si meu pai. Ele descansou de repente. Não estava doente, mas Deus o quis levar no meio à pandemia do COVID 19. Eu perguntei a Deus: por que, Senhor? Já estou tão próximo agora da ordenação? E depois de um período entendi que agora sim meu pai está mais presente ainda. E não somente vai estar presente na minha primeira Missa, como em todas as minhas Missas. Ele estará lá, sempre olhando para mim. E intercedendo.
A formação não termina com a conclusão dos estudos. Mas continua até que a morte chegue à nossa porta. No dia 09 de julho recebi o grande dom da ordenação diaconal por mãos da S.E.R. Card. Odilo Pedro Scherer, na Catedral Nossa Senhora da Assunção na cidade de São Paulo. Este passo não significou a conclusão de algo, mas o início. O início agora sim, de uma aventura mais estreita com Cristo. Ministro da Palavra e da Mesa da Eucaristia. Diácono para servir a Igreja, para servir a Mesa da Palavra e da Eucaristia. Diácono para pregar a Palavra de Deus aos homens que necessitam do seu amor, da sua graça e em caminho uma vez mais para o sacerdócio de Cristo.
O meu diaconato e a conclusão dos meus estudos em Roma foram marcados também pela minha primeira Missão como legionário de Cristo: ser formador no nosso seminário menor, o centro Vocacional de Curitiba. Estou feliz com o trabalho que realizo aqui na Apostólica, sobretudo A minha primeira missão como diácono: formador no Centro Vocacional de Curitiba. Parece uma Missão insignificante. A minha vida não é mais cheia de grandes obras apostólicas, até agora não celebrei nenhum batizado, nem presidi nenhuma cerimônia de casamento. Alguns funerais já. Mas que Missão tão bonita a de inspirar nos adolescentes de hoje os grandes ideais da nossa fé católica e não somente isso: mas fazer com que eles amem mais e mais, e valorizem o que significa ser católico no mundo de hoje.
E vamos ainda mais: ser formador é estar as 24 horas do dia dedicado ao rebanho que o Senhor nos confiou. Um rebanho que vive unido ao Pastor supremo: Nosso Senhor. Estou feliz com a minha vida oculta aqui no centro vocacional porque ainda que a minha missão não tenha frutos aparentes, Deus vê todo o amor e sacrifício que implica formar um sacerdote e não um sacerdote qualquer, pois o mundo tem bastantes sacerdotes, mas um sacerdote segundo o Coração de Jesus.
A vida é breve. E para a eternidade vamos caminhando. Nesta terra não somos mais que peregrinos, que estrangeiros que caminham para o céu. Lá já não seremos peregrinos, mas sim filhos no Filho e estaremos em casa, na nossa casa pois de Deus saímos e a Deus voltamos. O sacerdote está chamado a inculcar no coração de todas as almas estas verdades sublimes: que nesta terra estamos de passo e que a nossa casa é o céu. Para lá vamos caminhando.
“Seduziste-me, Senhor e eu deixei-me seduzir” (Jr 20, 7). A Vocação é um deixar-se seduzir a cada dia, colocando amor em tudo aquilo que fazemos, seja uma grande coisa ou algo muito simples e pequeno. “Coloca amor e encontrarás amor”, dizia Santo Agostinho.
Não poderia terminar minha história sem escrever algo sobre a Flor mais Formosa do jardim de Deus e sem dúvida a quem eu devo toda a minha vida: a Santíssima Virgem Maria. Ela esteve presente em todos os momentos, cada circunstância da minha vida. A Ela dedico o meu peregrinar e caminhar por esta terra. A Ela dedico meu sacerdócio e as almas que o Senhor Jesus me confiou. Tudo com Jesus, nada sem Maria.
“A virgem Maria é aquela estrela resplandecente que se levanta sobre a imensidão do mar; brilhando por seus méritos, iluminando por seus exemplos.
Ó tu que te encontras longe da terra firme, a mercê dos vagalhões desse mundo, não desvies o olhar da luz deste astro, se não quiseres naufragar.
Se os ventos das tentações se levantarem, se te chocares contra os rochedos das tribulações, olha para a Estrela, Invoca Maria”
(São Bernardo de Claraval).
Pelo Reino de Cristo, à Glória de Deus!